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Bolso e Futuro

O Bolso e Futuro é um programa de Educação Financeira e Previdenciária da Vikingprev.

O objetivo é disseminar conhecimento e orientar os participantes sobre a importância de um planejamento financeiro e previdenciário.

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Minha dica para o pós-carreira

Qual será a sua atividade durante a aposentaria? Neste artigo eu trago uma boa sugestão para você.

Postado em: 29/08/2018

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Prof. Samuel Marques - Palestrante e Coach Financeiro.

Vamos começar destacando que a contratação de um plano de saúde particular costuma elevar o custo de vida dos aposentados. Como coaching financeiro, este assunto sempre me causou alguma inquietação e já fiz uma proposta de caminhos alternativos em outro artigo que você pode ler aqui.

Desta vez, eu quero incentivar você a investir uma parte do seu tempo como aposentado para defender o sistema público de saúde brasileiro, o SUS. E antes que você argumente que o SUS é sinônimo de mal atendimento, filas enormes e pessoas morrendo nos corredores de hospitais, eu peço que tenha um pouco de paciência para que possamos analisar alguns fatos.

Primeiro: A maneira como uma sociedade enxerga a saúde vai determinar as políticas públicas daquele país. 

Se a saúde é vista como um produto, o Estado vai se limitar ao papel regulatório. Nos EUA a saúde não era uma responsabilidade do governo e em 2009 havia a estimativa de 45 mil mortes anuais por falta de assistência médica*.

A reforma produzida pelo governo Obama (chamado de Obamacare) é um avanço neste sentido, mas contemplou apenas duas classes de pessoas: os muito pobres e os idosos.

Por outro lado, quando a saúde é vista como um direito do cidadão, o Estado participará fornecendo serviços e assegurando este direito ao povo. O Brasil é um país que adotou a saúde como um direito do cidadão e um dever do Estado na Constituição de 1.988.

Segundo: a criação do SUS é um marco da oferta de serviços de saúde em todos os níveis, a todos os brasileiros de forma indistinta. 

E fizemos um bom trabalho. Pelo menos esta é a opinião do médico e pesquisador inglês Mark Britnell, que estudou a saúde pública de 69 países para escrever o livro “Em busca do sistema de saúde perfeito”**. Para ele, o Programa Saúde da Família (PSF) mantido pelo nosso SUS é um exemplo a ser seguido por outros países e uma das 11 melhores iniciativas mundiais no setor.

Quero chamar a sua atenção para o seguinte: o Sistema Único de Saúde é um patrimônio nacional a ser preservado e a oferta eficiente dos serviços de saúde pelo poder público deveria nos preocupar tanto quanto a privatização de empresas, a questão ecológica, a corrupção e outros temas de relevância nacional.

Terceiro: neste o cenário de reformas estruturais e de forte restrição orçamentária, o atual governo elegeu como prioridade a discussão da previdência e das relações de trabalho. Mas qual será o alvo do próximo governo?

Temo que alguém resolva mexer na saúde, provocando a extinção do nosso jovem sistema antes que ele tenha a chance de amadurecer.

Os dados do SUS são impressionantes, da prevenção à reabilitação, passando por transplantes e pelo mais eficiente serviço de vacinação pública do mundo. Não podemos abrir mão disto. 

Quarto: o amadurecimento do modelo de saúde pública no Brasil depende do envolvimento e da forte participação da sociedade na gestão dos seus serviços.

A descentralização dos serviços significa que é possível criar uma ilha de eficiência num determinado município resultando, por exemplo, na criação de melhores práticas de atenção ao idoso.

O mecanismo que viabiliza a participação popular é o Conselho Municipal da Saúde, que se reúne uma vez por mês e tem poder de fiscalizar a aplicação dos recursos e influenciar na adoção de políticas de saúde no âmbito municipal.

Quinto: na aposentadoria você terá nas mãos o ativo mais precioso e mais cobiçado de todo o mundo: o tempo! 

É justamente aqui que entra a dica de pós-carreira. Minha proposta é que você seja voluntário para acompanhar de perto os trabalhos do conselho municipal de saúde. Os conselheiros não recebem qualquer tipo de remuneração, mas você vai ocupar o seu tempo contribuindo para que tenhamos um Brasil melhor.

Ao participar do conselho, procure “importar” as práticas dos municípios que são referência de boa gestão em saúde. Veja aqui um ranking com os 50 melhores. Você poderia visitar alguns destes lugares unindo o útil ao agradável.

Eu realmente acredito que a saúde no Brasil pode ganhar um salto de qualidade se um grupo maior de aposentados aplicar seu tempo e conhecimento no trabalho de fiscalização das verbas e políticas de saúde através dos conselhos.

O que você achou desta proposta? Espero ter contagiado você para realizar o trabalho de defender um dos maiores patrimônios dos brasileiros. Aos que são de Curitiba segue o link do Conselho Municipal de Saúde.

Grande Abraço,

Prof. Samuel

 

* American Journal Public Health, divulgado pelo Estadão, em 18/09/2009 https://internacional.estadao.com.br/noticias/america-do-norte,sem-seguro-medico-quase-50-mil-americanos-morrem-ao-ano,437147

** In Search of the Perfect Health System, ainda sem tradução para o português.

Imagem: Ministério da Saúde

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